Comédia poética que estreou em Lisboa no contexto das comemorações pelos 500 anos de nascimento de Luís de Camões e que, segundo o autor/ ator, fica “na esquina do poema com a piada”. Apontada pela crítica Suzana Verde, do jornal português Observador, como “uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”, a peça ressalta a presença quase invisível da poesia no cotidiano. Apaixonado por poesia, Gregório Duvivier ressalta, com humor, as qualidades do objeto de seu encanto, provando que a poesia não tem nada de hermética e que tropeçamos nela diariamente. No espetáculo, um monólogo no qual tem a companhia da irmã Theodora Duvivier, nas projeções, e o músico Pedro Aune, na ambientação musical, Gregório comenta as reformas ortográficas, a ressurreição de palavras esquecidas, analisa outras inventadas e repetidas à exaustão (como “atravessamento” e “disruptivo”) e revela a poesia presente em expressões como “céu da boca” e “pisando em ovos”. Para o artista, foi a língua que nos pariu como povo e como humanidade.